SOBRE

Este é um espaço pessoal, onde cotidiano e paixões são compartilhadas de acordo com a minha necessidade de expressar.

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Sou um misto de sensibilidade e inconformismo, apaixonada pela comunicação humana, pela imagem, palavra, identidade e cultura, principalmente as que alteram a ordem estabelecida. De natureza sensorial, vivo em função dos meus sentidos. Taurina com muito bom gosto, especialista em coolhunting, branding e coordenação de coleção. Acho roupas pretas, drinks com gin e honestidade implacavelmente chics. Gosto de poesia, moodboards, cartela de cor, velas aromáticas e o som do vinil. Uso meu feeling para acertar pedidos num cardápio novo e para projetar tendências dos próximos anos.


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Ás 18:26 do dia 21 de abril de 1987, numa plena terça-feira do século passado onde comerciantes e funcionários públicos curtiam um feriadão nacional emendado, eu, de maneira completamente fora de contexto familiar geográfico, em Caxias do Sul, lá na parte fria desse Brasil continental, fiz minha grande estréia. Nasci.

Minha família não é gaúcha, mas eu acabei sendo. Acho tão sofisticado quando pego minha identidade e vejo que sou gaúcha! Bah...



Uma boa parte da minha infância foi mudando de casa, bairro e cidade. Eu adorava a sensação do novo, mas odiava ir ao supermercado pedir caixas de papelão para fazer a mudança.






Minha família deu uma sossegada nessa história de "ciganismo" e ancoramos na terra natal de minha mãe, a cidade de Arraial do Cabo, RJ, local onde aprendi a nadar, a andar de bicicleta e a gostar de rock. Amigos para uma vida inteira foram descobertos e mantidos. Lá também montei minha primeira banda, toda de garotas, sem ninguém saber tocar nada, mas eu já sabia que eu queria a bateria. Era o maior instrumento, o mais barulhento, o mais masculino e o mais desafiador para uma menina. Já era feminista, sem nunca ter ouvido falar nisso. Rasguei minhas calças, cortei o cabelo curtinho, pintei de todas as cores, botei piercing, fiz a minha fama de mau.






Com 18 anos e me sentindo urbana e diferente demais para aquela cidade praiana, desobedientemente, fui morar na cidade do Rio de Janeiro para cursar um bacharelado em Design de Moda, contra o gosto de meus pais. Por eles, eu fazia turismo e hotelaria (?!?!) ou entrava para a Marinha. (?!?!?!?!?!) Já posso me considerar uma pessoa vitoriosa por acreditar nos meus sonhos que eu sonhava acordada assistindo Fashion Tv todas as madrugadas?






Fui pra faculdade, a melhor de moda da América Latina, e entre tanta gente diferente, de vários cantos do Brasil, com tanta história e carinho compartilhado, vivi os anos mais ecléticos e etílicos da minha vida. Dividir macarrão instantâneo com salsicha em um quarto de alojamento me ensinou que o luxo está nas coisas simples.



Então formada, e mesmo antes, trabalhei. Trabalhei muito, de tudo quanto é coisa, em mais de um ao mesmo tempo. Dormindo em pé no busão de tão cansada. Mirando o objetivo principal que era se manter sozinha, na minha área profissional, fosse estudando, freelando ou efetivamente trabalhando com moda. Tomei porrada da vida, daquelas coças que faz qualquer um desistir, mas eu sou tinhosa. E de tão teimosa consegui. Obrigada signo de touro!



Conheci o mundo graças a minha profissão. Alcancei o tão falado " trabalhe com o que você ama e não trabalhará mais nenhum dia da sua vida", mas confesso que a utopia não existe, por mais próxima que pareça.



Fiz 30 anos. Ai, que delícia! Posso dizer que sempre quis ter essa idade.


Na minha cabeça era a fase da estabilidade financeira, do desempenho sexual máximo, da vida plena, feliz e realizada!






Porra nenhuma!






E que bom que não é!


A insatisfação me move. Eu amo esse caos. Mudança, mudança!






Como eu tinha na infância, aquela vontade do novo se mantém acesa, como uma chama no peito, aquecendo o meu coração.


Eu precisava cair no mundo de maneira mais intensa, pra me aprimorar mais nas experiências criativas de viver em plenitude. Queria estudar mais, uma vontade imensa de ser acadêmica me puxava há anos pelos cabelos, então me joguei. Vendi tudo o que eu tinha, TUDO e fui fazer um mestrado na Europa, ainda trabalhando e tocando projetos em paralelo. Tudo, ao mesmo tempo e agora.






Neste momento é onde eu me encontro. Quem sabe se esse texto logo mais não cresce?
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No mais, tocar bateria, cozinhar, costurar, bordar, desenhar e escrever é o mais próximo que já tive de um psicologista. Não que eu me orgulhe disso... quem sabe um dia eu vá em um.

Obs.1
Uso esse espaço para higienizar a minha mente, portanto não leve nada aos extremos.
Obs.2
Se você leu isso tudo até aqui, provavelmente você está apaixonado por mim.
Obs.3
Ou você é um RH muito stalker e vai me contratar.